Se você trabalha com estratégias de loyalty, é provável que o termo live commerce já tenha cruzado o seu radar. Se ainda não, é só uma questão de tempo. Afinal, o formato que mistura conteúdo ao vivo, interatividade e ofertas em tempo real não apenas conquistou o público, mas também começou a se firmar como um novo território para ações de fidelização. Marcas e marketplaces estão redesenhando suas experiências de venda com um ingrediente a mais: acúmulo de pontos, sorteios, prêmios instantâneos e benefícios exclusivos para clientes engajados. É a lealdade encontrando o entretenimento, com um forte tempero de gamificação.
O live commerce não é um conceito novo, mas a sua evolução recente, especialmente a partir do mercado chinês, vem chamando atenção. Segundo a McKinsey, em 2023, 87% dos consumidores na China assistiam a lives de compras ao menos uma vez por mês, e 57% já tinham mais de três anos de experiência consumindo esse tipo de conteúdo. Por lá, o formato se consolidou como um canal de vendas de alto impacto, mas também como plataforma de engajamento e construção de comunidade, combinando entretenimento, interação e recompensas em tempo real.
Se o live commerce nasceu como uma poderosa ferramenta de conversão, o que se observa agora é sua evolução para um canal estratégico de engajamento e fidelização. Marcas mais avançadas no uso do formato estão deixando de enxergar as lives apenas como eventos de vendas pontuais e começando a integrá-las de forma contínua às suas jornadas de relacionamento com o cliente.
Não por acaso, players como Shopee e Temu vêm exportando o modelo para outros mercados, inclusive o Brasil. E esses dois cases internacionais ilustram como o live commerce pode se conectar diretamente aos programas de fidelidade:
As experiências de live shopping mais eficazes são aquelas que oferecem valor além da transação imediata, criando pontos de contato que reforçam o vínculo com o consumidor e aumentam a probabilidade de recompra. Entre as táticas de engajamento com foco em loyalty que vêm ganhando espaço, destacam-se:
Além disso, a migração das lives para plataformas próprias (sites ou apps da marca) abre novas possibilidades: controle total da experiência de checkout, acesso a dados comportamentais mais detalhados e maior personalização das futuras campanhas de fidelização. Essa abordagem estratégica transforma o live commerce em uma plataforma de construção de lealdade, com impactos diretos nos principais KPIs de loyalty: frequência de compra, valor médio de pedido e lifetime value.
Se o público brasileiro gosta de redes sociais e é receptivo a novas experiências de compra, o live commerce tem tudo para dar certo por aqui, e alguns dados apontam essa possibilidade. A pesquisa Social Commerce 3.0, realizada pela Opinion Box e All iN (2023) com 1.152 pessoas de todas as regiões do Brasil, revelou que 72% dos entrevistados afirmam já ter assistido a lives de vendas. Entre os que dizem adorar o formato (28% do total), 45% compram efetivamente durante as transmissões.
Quando perguntados sobre o que mais atrai nesse tipo de compra, os principais fatores foram descontos exclusivos (55%) e a possibilidade de obter mais detalhes sobre os produtos (54%). Fica claro que o live commerce dialoga diretamente com dois drivers clássicos da fidelização, o valor percebido e a segurança na decisão de compra.
Marcas brasileiras estão começando a explorar o live commerce como um espaço de construção de comunidade, onde o consumidor não apenas compra, mas interage, comenta e compartilha. Essa dimensão social e emocional é um dos pilares fundamentais para programas de loyalty de alto desempenho. No entanto, a credibilidade do apresentador e a transparência das ofertas são apontadas como fatores críticos para o sucesso da experiência. Em um cenário de consumidores cada vez mais informados, qualquer deslize pode impactar diretamente a confiança e, consequentemente, a fidelidade de longo prazo.
Como reforça a Forbes , o live commerce vive seu “momento decisivo” no varejo digital global. Para os profissionais de fidelização, a principal lição é que não se trata apenas de vender, mas de construir relacionamento e recorrência a partir da experiência ao vivo. Combinando interação, recompensa imediata e personalização, o live commerce tem tudo para se consolidar como mais um ponto de contato estratégico nas jornadas omnichannel de loyalty.
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