A lógica do pagamento recorrente está cada vez mais presente no cotidiano do consumidor brasileiro. Segundo a Pesquisa de Assinaturas 2025, realizada pela Vindi em parceria com o Opinion Box, quase metade (48%) dos consumidores pretende aumentar seus gastos com assinaturas até 2030, consolidando o modelo como parte fundamental do orçamento doméstico. Hoje, 56% já desembolsam entre R$51 e R$200 por mês com esse tipo de serviço.
O entretenimento segue na liderança, com destaque para streaming de vídeo (73%) e música (45%), mas outros segmentos ganham força: apps de comida (40%), academias (40%), planos de saúde (43%) e armazenamento em nuvem (35%). O movimento mostra que a recorrência deixou de ser privilégio de nichos digitais e passou a ocupar espaço em diferentes esferas da vida do consumidor, dos serviços essenciais à conveniência do dia a dia.
Se, por um lado, a recorrência representa previsibilidade de receita para as empresas, por outro, ela não garante lealdade por si só. A pesquisa revela que 49% dos consumidores já cancelaram serviços por insatisfação e 39% admitem não usar com frequência o que assinam. Entre os principais fatores de fidelização estão a experiência de uso (30%), custo-benefício (20%) e vantagens exclusivas (26%).
Esse dado reforça um ponto central: a cobrança mensal pode abrir portas para a lealdade, mas, se o valor entregue não for percebido, ela se torna também o gatilho para a perda rápida do cliente. Em um cenário de maior seletividade, a recorrência só cria vínculo quando sustentada por experiências relevantes e comunicação clara. Caso contrário, se transforma em cancelamento e desconfiança.
Programas baseados em recorrência podem gerar receita estável e clientes mais engajados, mas exigem cuidado redobrado em sua concepção. Alguns pontos práticos a observar:
A assinatura é um dos motores mais poderosos da lealdade moderna porque combina conveniência para o cliente e previsibilidade para a empresa. Mas, como todo motor, pode acelerar ou travar o relacionamento. Para sustentar o vínculo, não basta entregar produtos ou serviços de forma contínua: é preciso transformar a recorrência em uma experiência viva, que surpreende, se adapta ao perfil do usuário e reforça diariamente a proposta de valor da marca.
>>> Esse primeiro artigo abre a série sobre “diferentes motores da lealdade” no TSI. Aqui, o foco foi a recorrência como motor de engajamento — e também como risco, caso não seja bem planejada.
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